segunda-feira, 12 de outubro de 2009

IBGE: mulheres ganham menos em todos os tipos de ocupação

Novos cruzamentos da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), divulgada na última sexta-feira pelo IBGE, também confirmam, mais uma vez, a desigualdade existente entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Apesar de a escolaridade feminina ser maior (em média 9,2 anos de estudo) do que a masculina (8,2), a presença do homem em cargos de chefia é bem maior do que a das mulheres. A proporção de mulheres dirigentes (4,4%), por exemplo, ainda é inferior à participação dos homens (5,9%) na mesma função.

- O preconceito é ainda uma realidade no mundo do trabalho. Sem falar que a mulher ainda carrega o peso dos cuidados com a família e, é claro, não abre mão disso - disse Hildete Pereira, professora da UFF, acrescentando que, a despeito de resistências, a mulher avança em setores masculinos, como o da construção civil.

Não há sequer uma posição da ocupação pesquisada pelo IBGE em que a mulher apareça com remuneração superior a do homem. Até na função de empregador, os ganhos são menores: o dos homens é R$3.161, já o das mulheres, R$2.497 - 22% a menos. Mesmo no conjunto de trabalhadores domésticos - atividade tipicamente feminina - o homem ganha mais. O rendimento médio das trabalhadoras domésticas sem carteira é R$298, enquanto a média dos homens é de R$404.

- Nunca foi tão atual a bandeira feminista de 1975 que dizia "trabalho igual, salário igual". Infelizmente, as mulheres ainda ganham menos do que o homem. E isso não é só aqui, ainda que seja uma comportamento forte por aqui. No mundo inteiro, as mulheres ocupam apenas 17% dos cargos de gerente - disse Hildete.
Fonte: Jornal O Globo

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