segunda-feira, 12 de outubro de 2009

No Brasil, Mulheres ganham 29,7% menos que homens

A falta de projetos educacionais com foco em mulheres e minorias, especialmente entre os mais pobres, além da discriminação pura e simples, colocam o Brasil na incômoda posição de um dos mais desiguais da América Latina se levadas em consideração as defasagens salariais de gênero e entre brancos e outras raças/minorias, diz estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). No Brasil, as mulheres ganham, em média, 29,7% menos do que os homens, a maior diferença encontrada entre os dez países avaliados pelo BID e quase o dobro da média da região (17,2%). A defasagem salarial por raça no Brasil é ainda maior, de 30%, e também a mais gritante entre as nações que estão no estudo do BID.

O relatório, intitulado "Novo século, velhas disparidades: diferenças salariais entre gêneros e etnias na América Latina", preparado pelos economistas Hugo Ñopo, Juan Pablo Atal e Natalia Winder, mostra que, na média da região, negros e indígenas ganham 28% a menos que os trabalhadores brancos, enquanto homens ganham 17,2% a mais que mulheres. Isso considerando grupos com a mesma idade e nível de instrução.

- A desigualdade salarial por gênero não chega a ser um problema grave em países desenvolvidos da Europa ou nos Estados Unidos, mas é uma realidade grave no Oriente Médio e, num segundo patamar, na América Latina, que é uma das regiões mais desiguais, do ponto de vista econômico, do mundo. O Brasil não tem tantas etnias diferentes como as 21 da Guatemala, mas, nem por isso, é menos desigual quando comparamos a remuneração de brancos com negros e descendentes de índios - comenta o economista Hugo Ñopo.
Fonte: Jornal O Globo

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